Vista aérea do centro de Santa Maria da Vitória (BA). Foto: Hermes Novais. |
Tempos atrás, fui a um órgão público do Estado da Bahia, aqui em Salvador, dar entrada num processo de registro de empresa, fazendo gentileza ao amigo coribense, o contador Gilson Rocha. Segundo ele, presencialmente, o evento seria mais rápido. Assim o fiz e recebi um protocolo com data determinada para retorno.
Na data aprazada, fui ao mesmo local e, por desfrutar das benesses do meu sexagenarismo, o atendimento foi rápido até chegar a uma senhora num guichê. A servidora pegou meu protocolo e passou para outra pessoa na retaguarda, a fim de que esta localizasse o referido processo.
Enquanto eu esperava, outro cliente era atendido. Minutos depois, a localizadora de processo deu o ar da graça. E, em voz alta e clara, para que todos naquele recinto ouvissem, fez um questionamento que entendi reprovável:
Enquanto eu esperava, outro cliente era atendido. Minutos depois, a localizadora de processo deu o ar da graça. E, em voz alta e clara, para que todos naquele recinto ouvissem, fez um questionamento que entendi reprovável:
— Quem é o responsável por um processo da cidade de Santa Maria “não sei das quantas”?
No mesmo tom de voz e dando a devida ênfase, repreendi, sem ser tosco:
— Epa! Alto lá! Santa Maria “não sei das quantas”, não. Minha cidade tem nome e sobrenome: Santa Maria da Vitória, por favor!
Quase todos os usuários, naquela sala, voltaram seus olhares para mim, que estava de pé. Alguns aplaudiram, outros fizeram sinal de positivo e os funcionários olharam-me com cara de surpresa, e entreolharam-se interrogativos. Fiquei receoso, a imaginar que a partir daquele momento o atendimento pudesse ser mais exigente e protelatório.
O dito processo então foi passado para a primeira atendente, que amavelmente pediu-me desculpas, a justificar que se tratava de servidora incipiente, sem experiência no trato com o público. Certo é que tudo foi bem rápido, provavelmente, para se livrar de usuário pouco amistoso.