Indesejável Silêncio:
Por não mais suportar o constante assédio da saudade a torturar-me, diuturnamente, mais uma vez ouso quebrá-lo. Sei que você é de vidro, por isso, muito frágil.
No começo, tudo era absoluto e monótono Silêncio entre nós. Eu aceitava porque não havia conhecido seu grito. Hoje, entretanto, tudo retorna ao princípio porque você resolveu calar-se, deixando-me abominável presente de grego: você mesmo, o Silêncio.
E assim, em completo Silêncio, fico a questionar algo que para você é inquestionável: permanecer em Silêncio enquanto seu ego alimentar de forma suave e prazerosa o desejo de vingança. Lembre-se, porém, que a vingança é o mais efêmero dos prazeres. Se é que se pode admitir que seja um prazer.
O Silêncio, por sua vez, é ausência que traz o desespero e sufoca o grito. O mesmo grito que tiraria de latência meu eco encarcerado. Um eco que não existiria sem um antecedente alarido que se fizesse uma “quebra de Silêncio”.
Diz-se — com matemática precisão — que “quem cala, consente”. Calar? Por quê? Se não aceito seu Silêncio? Quem sabe se esse Silêncio não seja a prova definitiva, cabal, de que nem mesmo você sabe explicá-lo. Ou, se é que sabe, quer enlouquecer-me em Silêncio.
Não. Não mesmo! Você não vai conseguir me tresloucar, descentralizar-me, ainda que meus ouvidos ouçam tão somente: Silêncio... Silêncio... Silêncio. Porque você só quer emitir Silêncio... Si-lên-cio...
Por fim, diante do melancólico Silêncio que me obriga a ouvir, despeço-me, Silenciosamente, convicto de que, doravante, ouvirá como resposta minha os ecos do meu (temporário?!) Silêncio.
Até...
__________
Obs.: Crônica publicada no Recanto das Letras em 2/5/2010. Disponível em:<https://www.recantodasletras.com.br/cartas/2232895>.
Obs.: Crônica publicada no Recanto das Letras em 2/5/2010. Disponível em:<https://www.recantodasletras.com.br/cartas/2232895>.
Perfeito grande Novais... Parabéns cim muito sucesso abraços
ResponderExcluirSilenciou-me, pelo eco do si-lên-cio
ResponderExcluirPsiuuuu.Ouvia muitas vezes e em tom autoritário. Um silencio obrigatorio.Todavia os inúmeros tipos de silencio nos deixa as vezes angustiados.Um dos tais associa-se ao segredo dos que muito nos corroi .O silencio dos mudos o silencio dos que sabem a verdade e deixa condenar o inocente.Eu por exemplo creio que ha hora propicia para o silencio e hora que se tem que gritar Gostei poeta.abrçsss
ResponderExcluirUm profundo grito silencioso. Muitas vezes, sentimo-nos assim: gritando em silêncio, silenciando diante de muitas circunstâncias ou, simplesmente, ouvindo o silêncio que nos rodeia. Amei! Bjs.
ResponderExcluirPreciso me silenciar ouvindo aos justos e ecoar a minha voz quando a corja política suja tentar embarga-la. Novais um abraço.
ResponderExcluirParabéns!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSem palavras! Fico em silêncio. Será? Parabéns Novais!
ResponderExcluirAs paredes tem ouvidos assim diziam os mais velhos, silencio.
ResponderExcluirParabéns, meu amigo!
ResponderExcluirParabéns Muito boa . Lucílio Arlindo
ResponderExcluirParabéns,Novais!!
ResponderExcluir👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻 para não ficar em silêncio 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻 um forte abraço querido Novais
ResponderExcluirParabéns meu caro, o silêncio diz muito, às vezes chega a ecoar. Um grande abraço.
ResponderExcluir